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sábado, 25 de abril de 2009
Brevidade
Encontro de escritores de minicontos. Uma reunião breve, alegre, cheia de ideias. Estórias curtas, engraçadas ou tristes. Todas destiladas diretamente do cérebro de seus autores. E nenhuma caneta para registrá-las.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Selva de Pedra
Luiz trabalhava como um burro. Comia como um passarinho. Luiz suava como um porco para pagar todas as contas e, todo ano, seu dinheiro termina com o Leão.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Pecado não original
Mamãe, porque o papai não mora com a gente?
Sei lá, meu filho, reclama pro bispo.
Sei lá, meu filho, reclama pro bispo.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Brincadeira de Criança
Mais uma reunião de família. Os pais sentados conversando e a criançada correndo de um lado para o outro, caos total. Luisinho, o mais sapeca de todos, começa a gritar "esconde-esconde!" e aponta para um dos primos, que se encosta na parede e começa a contar enquanto acontece o que pode ser descrito como o estouro da boiada. Luisinho pega uma das primas pela mão e, juntos, se escondem no armário de um dos quartos. Lá, no escurinho, é que a brincadeira realmente começa.
terça-feira, 14 de abril de 2009
Precoce Idade
As garotas reunidas, todas tentando consolar a aniversariante. Mesmo com a festa do jeito que queria, Priscilla não conseguia evitar as lágrimas. Não entendia porque o Lucas tinha vindo até a sua casa mas insistia em mostrar seu desprezo. Todas as amigas diziam que ele era apenas um garoto mimado, que ele teria que amadurecer muito pra saber apreciar uma mulher como ela. Ouvindo tudo isso, Pri não conseguia parar de comer... Aos dez anos de idade, já enfrentava os problemas de gente grande.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Dissabores
Kathiane sempre gostou de Páscoa. Esse ano não foi diferente. Passou três dias comendo todos os chocolates possíveis. Um dia, comeu todos os bombons. No outro, foi só chocolate branco. No final, ficou com os caramelos e os coelhinhos de baunilha. Quando enfrentou a balança na segunda-feira, foi tomada por um sentimento meio amargo.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Precedentes
Estados Unidos, 1950. Era o dia dos últimos testes, depois de cinco anos de pesquisas intensas. Chegou atrasado porque o despertador estragou durante a noite. O ônibus que pegou se atrasou por conta de um pneu furado. Ao bater o ponto, a máquina mastigou seu cartão. Chegou na cafeteira a tempo de ver seu colega terminar com o café. Sem a bebida, esqueceu de calibrar a pressão do equipamento, o que passou despercebido até que um dos pistões estourou. Bem na hora em que seu chefe mostrava as instalações para seus superiores, cobrindo-os de um óleo espesso. Não conseguia acreditar no que acontecia em seu dia, nem entendeu quando o Departamento de Recursos Humanos o convidou a se retirar. Traumatizado, Murphy nunca mais foi o mesmo.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Crise
Apesar de tudo o que o presidente falava, o País não conseguia superar a "marolinha". Por mais que houvesse incentivos federais, parecia haver alguma coisa segurando a Indústria nacional. E a cada noite, Lula se desligava dos problemas do Governo, deitado na cama ao lado de dona Marisa, como qualquer casal normal, vendo BBB. Esquecia de tudo durante aqueles momentos e sempre perdia um tempo no Palácio do Planalto conversando no dia seguinte com seus assessores sobre os acontecimentos na casa mais vigiada do Brasil. Nem percebeu que a Economia voltou a crescer depois de mais uma final.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Consciência
Ronaldo fazia de tudo para ajudar o planeta. Era vegetariano, mesmo cercado de churrascarias. Seu meio de transporte era a bicicleta, mesmo morando a 10 quilômetros do trabalho. Participava de todas as campanhas a favor do meio ambiente, reciclando o que podia e poupando energia sempre que dava. Era um agente de transformação, um cara calmo e sensível. Só se alterava quando resolviam poupar eletricidade durante o seu banho.
domingo, 29 de março de 2009
A Hora do Planeta
Desligou todos os eletrônicos de suas tomadas. Samuel sentou na casa completamente escura sentindo-se parte de uma comunidade global, uma força mundial que lutava por um planeta mais justo, mais econômico e mais saudável. Ele estava sozinho e, ao mesmo tempo, sintonizado com mais de seis bilhões de pessoas. Sentou na cama, fechou os olhos, respirou fundo e sentiu uma energia positiva percorrer cada centímetro de seu corpo. Meditou por mais de uma hora e voltou para a sala. Percebeu a economia que ia fazer, já que sua sala não continha mais nenhum móvel. Mais saudável, pois sua cozinha tinha sido saqueada. Não era justo que seu alarme também dependesse de uma tomada.
sexta-feira, 27 de março de 2009
Destino
Saiu pensando no que tinha acabado de ouvir da vidente: "Muito dinheiro virá, de um modo rápido e imprevisto. Mas você não irá aproveitá-lo, pois, com ele, muita dor e sofrimento se farão presentes." Com a cabeça nas nuvens, imaginava as possíveis maneiras de receber uma grana: os devedores, a Megasena, talvez uma herança? Nem se deu conta do carro-forte que estava sem freios.
terça-feira, 24 de março de 2009
Lição de vida
Dona Genoveva finalmente se apaixonou. Depois de mais de sessenta anos, encontrou um parceiro que a levava para vários lugares, que conversava por horas e horas sobre as coisas mais banais. Seu Moacir lhe apresentava os melhores pontos da cidade, com o tradicional bom humor e o sorriso estampado no rosto. Se encontravam sempre nos mesmos local e horário. Depois de mais de sessenta anos, Dona Genoveva descobriu que o amor não era passageiro, era cobrador.
domingo, 22 de março de 2009
Nova estação
Maria se viu no meio de uma pilha de folhas caídas pelo chão. Sentiu uma brisa suave acariciando o seu rosto e algumas folhas amareladas se moviam como se tivessem vida própria. Um sentimento de nostalgia, lembranças da infância, tomavam conta da mente de Maria enquanto ela cuidadosamente recolhia tudo para jogar no lixo. Finalmente tinha criado coragem para jogar fora toda aquela papelada guardada desde os tempos de escola.
terça-feira, 17 de março de 2009
Café
Final do prazo para entrega do projeto. Não dormia há três dias, não tinha mais noção do tempo, só conseguia pensar naquele maldito projeto que não dava certo. Depois de muitas horas na frente do computador, entrou num transe, completamente psicodélico, e de repente surge a Britney Spears com a solução dos seus problemas. Acordou babando no teclado, um monte de letras aleatórias no meio do projeto, mas agora ele sabia o que fazer. Mais duas horas de trabalho e estaria pronto, bem na hora. Só não percebeu que apagara sem saber o email do professor, adiando a entrega.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Falta de preparo
Foi um jogo fora do comum. Fez um gol bonito atrás do outro, cada jogada bem trabalhada com os companheiros de time. Sentia os músculos prestes a se entregar devido ao esforço extremo, o corpo todo tenso. Com o apito final do juiz, finalmente conseguiu respirar aliviado. Só teve forças pra deixar um recado no Twitter: "Sou demais. Destruí no Winning Eleven. :)"
segunda-feira, 9 de março de 2009
Tempos de Crise
Trabalhavam naquela grande empresa internacional. Ela, no jornal. Ele, no setor de informática. Quando a onda de demissões os atingiu, continuaram trabalhando juntos, em um outro local. Apenas diversificaram um pouco a atividade anterior. Durante o dia, ela fica na esquina vendendo jornal. À noite, ele faz programas.
domingo, 8 de março de 2009
Virado pra Lua
Amarildo era um cara de sorte. Ganhou numa rifa de Natal uma viagem com tudo pago para duas pessoas para Florianópolis. Não tinha quem levar até o dia anterior à viagem, quando conheceu uma modelo que estava de mudança para o seu edifício. O tempo estava feio mas foi só pisar na areia que o sol apareceu. Passou os dias bronzeando, mas nada de ficar de vermelho, ao contrário de sua companhia. E no quarto dia ela já começou a descascar. Brincando, Amarildo foi tirando uns pedacinhos da pele que se soltavam. Raspando e, numa raspadinha, ganhou um carro.
sexta-feira, 6 de março de 2009
Por um mundo melhor
Ney estudou a vida inteira porque queria melhorar o mundo à sua volta. Deixou de sair com as meninas, de fazer festa com os amigos. Tudo valeu a pena quando completou o seu projeto: uma máquina do tempo. Como teste, resolveu presenciar o momento no qual seus pais se encontraram pela primeira vez. O surgimento de uma pessoa do nada no meio da rua causou um rebuliço, chamando a atenção de muita gente. E seus pais não se viram. E como não se conheceram, Ney simplesmente desapareceu na frente da multidão. No final das contas, o mundo virou um lugar melhor. Sem ele.
quinta-feira, 5 de março de 2009
Um Menino Maluquinho
Ele tinha o olho maior que a barriga, tinha fogo no rabo, tinha vento nos pés, umas pernas enormes (que davam para abraçar o mundo), e macaquinhos no sótão. E aí, o tempo passou. E, como todo mundo, o menino maluquinho cresceu. Cresceu e entrou pro circo, onde encontrou outras aberrações como ele.
segunda-feira, 2 de março de 2009
Quarta Noite de Carnaval
Era a última chance. Reginaldo cansou das fantasias, ia com uma camiseta, uma bermuda e havaianas. Botou o dinheiro num bolso, a chave de casa no outro. Chegando perto da festa, foi cercado por um grupo de pivetes. Em troca do dinheiro, ganhou um olho roxo, um dente a menos e uma camiseta rasgada. Mancando, foi até a festa pra pedir a ajuda dos amigos. "Precisa de cuidados?", disse uma voz suave ao seu lado. Esqueceu de tudo, acompanhado da sexy enfermeira.
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